13a Bienal SP - Travessias - participação de membros da comunidade FAUFBA

A Faculdade de Arquitetura da UFBA (FAUFBA) compartilha a satisfação de ter representantes de sua comunidade como participantes da exposição “Travessias”, no âmbito da 13ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, atualmente aberta no SESC Paulista, em SP, até 17 de julho de 2022.Com obras de diversos artistas e entrada gratuita, a exposição pode ser visitada até 17 de julho de terça a sexta das 10h às 21h30 e sábados, domingos e feriados das 10h às 18h30. No SESC Paulista e Centro Cultural São Paulo.

 

4 trabalhos de docentes, ex-discentes e pós-graduandos da FAUFBA integram a mostra, veja abaixo

(Com o agradecimento da Diretoria pelo auxílio da Profa. Gabriela Gaia na redação deste post :)

 

"Herança + O fabuloso inventário das obras do meu avô, 2021

Gabriela Leandro Pereira e Mariana Leandro Pereira (Vitória – ES, Brasil, 1981/1982)

 

A proposta toma como ponto de partida uma homenagem aos avôs das autoras, João Carlos Pereira e Gumercindo Ruge da Silva (in memorian), um marmorista e um cavouqueiro, para ativar um debate sobre a anonimização dos trabalhadores e trabalhadoras da construção civil pelas narrativas formuladas pelo campo da arquitetura e do urbanismo. Revela também o viés racial desse apagamento, e na direção contrária, oferta informações biográficas nas quais, fabulosamente, as vidas dos construtores e a história material da cidade se entrelaçam.

 

Gabriela e Mariana Leandro Pereira são irmãs. Gabriela é arquiteta e urbanista, professora na Universidade Federal da Bahia, onde realiza pesquisas sobre a cidade, interseccionadas pelos estudos raciais e de gênero, integrando o Grupo de Pesquisa Lugar Comum e o Grupo de Estudos Corpo, Discurso e Território.  Mariana é bacharel em direito, pesquisadora independente, pós graduada em Mediação, Gestão e Resolução de Conflitos, sócia-fundadora da Tangram Diálogos e do Coletivo Dialogar.

+infos: www.instagram.com/ofabulosoinventario/ 

 

aramari sertão mundo

"mika s (Aramari – BA, Brasil, 1993)

 

A proposta expositiva "Aramari-sertão-mundo” reúne registros e memórias da cidade de Aramari–BA, diante da perspectiva da história oficial institucionalizada e da mobilização das memórias e narrativas de seus habitantes. A partir do panorama oferecido pelos caminhos e estradas que se cruzaram nesse território, em consequência a invasão colonial, este trabalho apresenta o processo de povoamento da cidade através das relações que se atemparam em perspectiva da fricção interétnica entre os aramarizes, povos originários de etnia kiriri, e a significativa presença negra, que passa a habitar esse lugar. A proposta é desdobramento do TFG "Aramari-sertão-mundo”, defendido por mika s em 2021, na FAUFBA.

 

mika s é artista multimídia do sertão baiano. Graduade em humanidades pelo Instituto de Humanidades, Artes e Ciências da UFBA e urbaniste e arquitete pela FAUFBA. Tem experiência com mostras, exposições, pesquisas e projetos multilinguagens.  

+ infos: https://www.instagram.com/aramarisertaomundo/ 

 

Guiada pelos Búzios, desenhando para os Orixás                                                    

Vilma Patricia Santana Silva (Nazaré – BA, Brasil, 1983) e Luis Cláudio Neres Matos (Salvador-BA, Brasil, 1976)

 

O projeto é fruto do trabalho final de graduação da autora defendido na UFBA  para um Terreiro de Candomblé na nação Ketu na RM de Salvador–BA, com foco no estudo da arquitetura tradicional e a identidade quanto local sagrado, propondo a contribuição sem interferência conceitual, posicionando o arquiteto em papel de observador e intérprete que elabora o projeto do terreiro de forma participativa com as divindades, por meio do jogo de búzios, Obí e a oralidade como método de comunicação. 

 

Vilma Patrícia S.Silva, negra candomblecista e escritora. Graduada e mestranda em arquitetura e urbanismo/UFBA, cofundadora do grupo de pesquisa EtniCidades- UFBA. Realiza trabalhos arquitetônicos de forma voluntária em terreiros de Candomblé desde 2013. Luis Claudio N. Matos, negro Ogan, graduando em História pela UCSAL-BA, pesquisador sobre religiosidade de matrizes africanas com enfase na oralidade e fez parte deste projeto como executor e autoridade do terreiro.

https://www.instagram.com/vilma.patricia7/ 

 

Todo material é memória. Todo resíduo, também.

Mouraria 53 (Coletivo)

O trabalho apresentado na XIII Bienal de Arquitetura de São Paulo pela Mouraria 53, coletivo que inclui os ex-alunos da faculdade de arquitetura Rodrigo Sena, Pedro Alban e Dário Sales, estuda a praia como um registro ambiental e cultural do que a cidade se desfaz. O acúmulo de restos materiais polidos pela ação marítima faz da praia uma paisagem progressivamente artificial. A coleção de partículas desse sedimento, feita em diferentes pontos na orla da baía de todos os santos, investiga as consequências ambientais resultantes da constante reconstrução soteropolitana, mas também um registro cultural. A praia passa a ser um arquivo do que a cidade desfaz. Nas obras de aterramento, extratos mais antigos se revelam.

 

Mouraria 53 é um coletivo de psicólogos, fotógrafos, produtores, sociólogos, artistas e arquitetos formado pelo processo de reforma e ocupação de uma ruína-casarão no centro antigo de Salvador, Bahia. Trabalho coletivo, pedagogia, reuso de materiais, relações entre construção e habitação, e as possibilidades de inversão nos processos de arquitetura são temas que, a partir da experiência da casa, agora guiam também outras pesquisas. Atualmente funcionando como uma rede de amigos e projetos paralelos nem sempre conectados, o grupo se une para criar projetos a partir da memória da cidade e de uma investigação de suas mudanças. Em 2019 foram o único projeto do Nordeste selecionado para a XII Bienal de Arquitetura de São Paulo, em 2022 lançaram o livro Cincotrês, com apoio do edital Rumos Itaú Cultural.

https://www.instagram.com/mouraria53/

 
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